Diástase dos retos abdominais, contribuições da fisioterapia para recuperação funcional e qualidade de vida: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.62827/fb.v26i6.1118Palavras-chave:
Diastase; Fisioterapia; Contração Muscular; Reabilitação; Mulheres; Período Pós-Parto.Resumo
Introdução: A diástase dos músculos retos abdominais (DMRA) caracteriza-se pela separação desses músculos ao longo da linha alba, sendo prevalente em mulheres durante a gestação e no pós-parto. Essa condição pode gerar dor lombar, instabilidade lombo-pélvica e prejuízos funcionais e estéticos, além de afetar a autoestima e o bem-estar emocional. A fisioterapia representa alternativa conservadora segura e eficaz, com foco na ativação do core, reeducação postural e melhora da funcionalidade global. Objetivo: Descreveu-se os benefícios das intervenções fisioterapêuticas identificadas na literatura para o tratamento da DMRA em mulheres no período pós-parto, considerando seus efeitos sobre a redução da separação muscular, alívio de sintomas e qualidade de vida. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada utilizando os descritores “diástase abdominal”, “fisioterapia”, “pós-parto”, “abdominal diastasis” e “rehabilitation”, combinados por operadores booleanos. Foram incluídos apenas artigos publicados nos últimos 15 anos, publicados em periódicos científicos e repositórios indexados. Foram incluídos apenas estudos que apresentavam metodologia explícita, dados empíricos ou revisão estruturada, garantindo qualidade científica e rigor metodológico. Ao todo, 12 artigos foram identificados, e após aplicação dos critérios de elegibilidade, os estudos foram analisados quanto aos objetivos, métodos e resultados terapêuticos reportados. Resultados: Os estudos demonstram que técnicas como cinesioterapia, exercícios hipopressivos, eletroestimulação e biofeedback promovem redução da distância intermuscular, melhora da estabilidade lombo-pélvica, aumento da força abdominal e ganhos posturais. Abordagens combinadas apresentaram maior eficácia, enfatizando a importância da supervisão fisioterapêutica e da educação postural na prevenção de recidivas. Evidências também apontam melhora da autoestima e da qualidade de vida das puérperas. Conclusão: A fisioterapia se confirma como abordagem de primeira linha para o tratamento da DMRA, oferecendo resultados expressiv os físicos e psicossociais. Entretanto, a heterogeneidade metodológica e a ausência de padronização de protocolos indicam a necessidade de ensaios clínicos robustos, com maior tempo de acompanhamento, para fortalecer a base científica e otimizar diretrizes terapêuticas.
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