Cirurgia pediátrica, particularidades no tratamento de malformações congênitas: Uma revisão de literatura

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.62827/fb.v26i5.1093

Palabras clave:

Cirurgia Geral; Pediatria; Malformações Congênitas.

Resumen

Introdução: Malformações congênitas representam importante causa de morbimortalidade infantil e frequentemente exigem intervenção cirúrgica precoce e acompanhamento longitudinal. O manejo cirúrgico pediátrico dessas condições demanda considerações específicas de diagnóstico pré-natal, preparo perinatal, escolha do momento operatório, técnicas (minimamente invasiva versus convencional), suporte neonatal e reabilitação que influenciam desfechos funcionais e neurodesenvolvimentais. Objetivo: Realizou-se uma revisão bibliográfica para sintetizar evidências sobre as particularidades técnicas, temporais e multidisciplinares no tratamento cirúrgico de malformações congênitas em pediatria, com ênfase em desfechos perioperatórios, morbidade a curto e longo prazo e recomendações práticas para serviços de referência. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo e analítico, fundamentada em publicações nacionais e internacionais disponíveis nas bases Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), United States National Library of Medicine (PubMed) e Oxford Research Encyclopedia. Foram incluídos estudos publicados entre 2010 e 2022. Resultados: A literatura aponta que cerca de um terço das crianças com anomalias congênitas requer cirurgia na infância precoce, muitas necessitando de múltiplos procedimentos antes dos 5 anos, o que reforça a necessidade de centralização e planejamento multidisciplinar. A detecção pré-natal permite planejamento do parto e preparo da equipe neonatal, reduzindo atrasos terapêuticos e complicações iniciais; em casos selecionados, a cirurgia fetal melhora o prognóstico, mas requer estrutura de referência e seleção rigorosa. Técnicas minimamente invasivas em neonatologia e lactentes têm mostrado vantagem em dor, cicatriz e tempo de internação, mas exigem curva técnica, equipamentos adequados e protocolos anestésicos específicos; para algumas malformações, taxas de conversão e recidiva variam entre abordagens, impondo seleção criteriosa do caso. O manejo perioperatório incluindo otimização nutricional, controle da dor, monitorização hemodinâmica e intervenção precoce de reabilitação impacta diretamente nos desfechos de crescimento e neurodesenvolvimento. Sistemas integrados de cuidado (pré-natal, perinatal, cirúrgico e reabilitador) e centros com experiência demonstram menores complicações e melhor evolução funcional. Conclusão: O tratamento cirúrgico de malformações congênitas em pediatria exige abordagem multidisciplinar, centralização em centros com expertise, protocolos perioperatórios padronizados e seleção criteriosa entre técnicas abertas, minimamente invasivas ou, quando indicado, intervenção fetal. Investimentos em diagnóstico pré-natal, capacitação em MIS neonatal, rede de referência e acompanhamento longitudinal são essenciais para otimizar a sobrevida, reduzir a morbidade e melhorar resultados neurofuncionais.

Biografía del autor/a

  • Celeste de Aguiar Cardoso, PUC-MG

    Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil

  • Carolina Choucair de Andrade, PUC-MG

    Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil

  • Izabele Von Kruger de Alcântara e Silva, PUC-MG

    Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil

  • Marina Marilac dos Santos Lara, UFV

    Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG, Brasil

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Publicado

2025-10-20

Cómo citar

Cirurgia pediátrica, particularidades no tratamento de malformações congênitas: Uma revisão de literatura. (2025). Fisioterapia Brasil, 26(5), 2535-2546. https://doi.org/10.62827/fb.v26i5.1093