Impacto da hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia na morbimortalidade materna e fetal: uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.62827/fb.v26i5.1107Palavras-chave:
Hipertensão Induzida pela Gravidez; Pré-Eclâmpsia; Mortalidade Materna; Mortalidade Fetal.Resumo
Introdução: A hipertensão gestacional e a pré-eclâmpsia representam importantes causas de morbimortalidade materna e fetal, com impacto direto na sobrevida e nos desfechos neonatais. Com isso, a fisioterapia desempenha papel fundamental na promoção da saúde da gestante, auxiliando na prevenção de complicações cardiovasculares, na melhora da função respiratória e no controle de edema e dor musculoesquelética. Objetivo: Realizou-se uma revisão bibliográfica para sintetizar evidências sobre o impacto da hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia na morbimortalidade materna e fetal, com foco no trabalho entre a fisioterapia e medicina. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo e analítico, fundamentada em publicações nacionais e internacionais disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), United States National Library of Medicine (PubMed) e Cochrane Library. Foram incluídos estudos publicados entre 2018 e 2024, abordando prevalência, fisiopatologia, repercussões maternas e fetais e intervenções preventivas e terapêuticas. Resultados: A literatura aponta que hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia aumentam significativamente os riscos de complicações maternas, incluindo eclâmpsia, Síndrome Hemólise, Elevação das Enzimas Hepáticas e Baixa Contagem de Plaquetas (síndrome HELLP) e óbito materno, bem como de desfechos adversos fetais, como restrição de crescimento intrauterino, prematuridade e óbito perinatal. A estratificação de risco, o monitoramento intensivo e a adoção de protocolos clínicos padronizados mostraram reduzir essas complicações. Estratégias preventivas, como suplementação de cálcio em gestantes de risco e atenção multiprofissional durante o pré-natal, demonstraram eficácia na diminuição da incidência de pré-eclâmpsia grave e eventos adversos. Os estudos analisados apontam que a atuação fisioterapêutica no pré-natal reduz sintomas associados à hipertensão gestacional, melhora o condicionamento cardiorrespiratório, otimiza o retorno venoso e auxilia no controle pressórico. Intervenções como exercícios terapêuticos de baixo impacto, alongamentos, drenagem linfática manual e técnicas respiratórias mostraram-se eficazes na redução de edemas, dores lombares e fadiga, além de favorecerem o equilíbrio autonômico e o bem-estar emocional. Conclusão: O manejo da hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia requer abordagem interdisciplinar, envolvendo diagnóstico precoce, monitoramento contínuo, estratificação de risco e atuação multiprofissional. Investimentos em protocolos clínicos padronizados, capacitação profissional e acesso equitativo a serviços de referência são essenciais para reduzir morbimortalidade materna e fetal, promovendo segurança e melhores desfechos perinatais.
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