Evolução dos modelos de saúde na avaliação do desenvolvimento motor infantil em centros educacionais: revisão integrativa
Temporal evolution of health models in the assessment of children’s motor development in educational centers: integrative review
Ewerton Oliveira da Silva1, Barbara Helen Lima Farias-Fonteles2, Marcela de Castro Ferracioli-Gama2, Kátia Virgínia Viana-Cardoso2
1Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil
2Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Recebido em: 29 de Junho de 2025; Aceito em: 7 de Julho de 2025.
Correspondência: Ewerton Oliveira, ewertonoliveira@estudante.ufscar.br
Como citar
EWERTON, Farias-Fonteles BHL, Gama MCF, Cardoso KVV. Evolução dos modelos de saúde na avaliação do desenvolvimento motor infantil em centros educacionais: revisão integrativa. Fisioter Bras. 2025;26(4):2323-2337. doi:10.62827/fb.v26i4.1071
Introdução: A avaliação do desenvolvimento motor de crianças em Centro de Educação Infantil (CEI) tem evoluído significativamente ao longo das últimas décadas, com mudanças nos paradigmas de saúde e nas abordagens de intervenção. Estudos recentes enfatizam a importância de incluir fatores ambientais e sociais nas avaliações para intervenções mais eficazes. Objetivo: Descreveu-se a evolução temporal dos modelos de saúde nas avaliações do desenvolvimento motor de crianças em CEI. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa nas bases de dados US National Library of Medicine (PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Excerpta Medica Database (EMBASE), utilizando descritores relacionados a “Desenvolvimento Infantil” e “Creches”. Não foram aplicadas limitações temporais, incluindo estudos publicados em português, inglês ou espanhol que apresentassem medidas avaliativas do desenvolvimento motor infantil em CEI. Os instrumentos analisados foram identificados a partir dos estudos selecionados na revisão. Resultados: Foram incluídos 11 estudos na revisão, publicados entre 2004 e 2021, com a predominância do modelo biopsicossocial na avaliação do desenvolvimento motor infantil. A análise descritiva incluiu cinco instrumentos de avaliação do desenvolvimento motor infantil, totalizando 376 conceitos distribuídos entre os componentes da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), priorizando atividades e participação (21,95% a 100%) e funções do corpo (4,88% a 33,1%), enquanto a inclusão de fatores ambientais e pessoais ocorre de forma limitada, sendo mais expressiva apenas no AHEMD (73,17%). Conclusão: A revisão integrativa revela que a avaliação do desenvolvimento motor em crianças nos CEI predomina com uma perspectiva do modelo biopsicossocial.
Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil; Creches; Habilidade Motora; Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.
Introduction: The assessment of motor development in children attending Early Childhood Education Centers (ECEC) has significantly evolved over the past decades, with shifts in health paradigms and intervention approaches. Recent studies emphasize the importance of including environmental and social factors in assessments to enable more effective interventions. Objective: To describe the temporal evolution of health models used in motor development assessments of children in ECEC. Methods: An integrative review was conducted using the databases US National Library of Medicine (PubMed), Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS), and Excerpta Medica Database (EMBASE), with descriptors related to “Child Development” and “Day Care Centers”. No time limits were applied, and studies published in Portuguese, English, or Spanish that presented motor development assessment tools in ECEC were included. The instruments analyzed were identified from the selected studies. Results: Eleven studies published between 2004 and 2021 were included in the review, showing a predominance of the biopsychosocial model in assessing children’s motor development. The descriptive analysis comprised five motor development assessment tools, totaling 376 concepts distributed among the components of the International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF), with a focus on activities and participation (21.95% to 100%) and body functions (4.88% to 33.1%). The inclusion of environmental and personal factors was limited, with significant expression only in the AHEMD (73.17%). Conclusion: The integrative review reveals that the assessment of motor development in children in ECEC is predominantly based on the biopsychosocial model.
Keywords: Child Development; Child day Care Centers; Motor Skills; International Classification of Functioning, Disability and Health.
A avaliação do desenvolvimento motor de crianças em Centro de educação infantil (CEI) tem evoluído significativamente ao longo das últimas décadas, evidenciando mudanças nos paradigmas de saúde e nas abordagens de intervenção. As práticas de avaliação eram fortemente baseadas no modelo de saúde biomédico, que favorece predominantemente na identificação e correção de deficiências [1].
O modelo biomédico, embora eficaz na identificação de doenças, negligenciava o papel dos fatores contextuais no desenvolvimento motor de crianças. Com a evolução da compreensão sobre o desenvolvimento infantil, emergiu a necessidade de modelos mais abrangentes e integrados que considerassem uma gama mais ampla de influências sobre o desenvolvimento infantil [2].
O modelo social ressalta a influência dos determinantes sociais, culturais e econômicos de saúde. Evidenciando a necessidade de mudanças estruturais, ambientais e comportamentais para proporcionar a inclusão e equidade [3-6]. Ao enfatizar a inter-relação entre as condições de vida e a saúde, o modelo reconhece que as desigualdades sociais têm um impacto direto na qualidade de vida e no acesso à serviços de saúde [7].
O modelo biopsicossocial (BPS) surge com uma abordagem mais ampliada, reconhecendo a importância dos fatores biológicos, psicológicos e sociais no desenvolvimento motor [8]. Este modelo considera não apenas a função e/ou estrutura corporal, como também a participação da criança nas atividades diárias e os fatores contextuais que podem influenciar o seu desenvolvimento [9].
Uma avaliação clara e multidimensional é indispensável para rastrear prematuramente os atrasos, compreender as consequências e direcionar na tomada de decisões que proporcionem o desenvolvimento infantil pleno [10,11].
Estudos epidemiológicos recentes [12-15] destacam a importância de uma abordagem integrada na avaliação do desenvolvimento infantil. Pesquisadores identificaram lacunas importantes na cobertura dos componentes da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) pelos instrumentos de avaliação, particularmente em relação aos fatores pessoais e ambientais [16]. A ausência desses componentes pode limitar a capacidade de captar completamente as necessidades das crianças, resultando em intervenções ineficazes e generalizadas [11,17].
A CIF, amparada pelo modelo biopsicossocial (BPS), publicada pela Organização Mundial da Saúde [6] é uma ferramenta amplamente utilizada para avaliar indivíduos em diversas condições de saúde considerando diversos aspectos. Assim, preconiza que o cuidado deve ir além do indivíduo, considerar sua família. Enfatizando a importância da participação dos pais e cuidadores no processo de desenvolvimento [16]. Atrelado ao modelo de saúde a CIF propõe que partindo dessa avaliação mais abrangente a intervenção seja mais eficaz já que será adaptada ao contexto da criança [6].
A revisão das práticas atuais e a identificação de lacunas na literatura são cruciais para o avanço das metodologias de avaliação do desenvolvimento motor infantil. A integração dos componentes da CIF nos instrumentos de avaliação, baseado no modelo BPS, é fundamental para uma compreensão precisa das necessidades das crianças nos CEIS. O uso de processos avaliativos alinhados com o modelo BPS pode ser útil na definição de processos de intervenção centrados na criança e sua família e ambiente, aumentado a efetividade do tratamento e otimizando os recursos humanos e físicos empregados.
Descreveu-se a evolução temporal dos modelos de saúde nas avaliações do desenvolvimento motor de crianças em CEIS.
A revisão integrativa da literatura, seguindo as recomendações estabelecidas por Souza, Silva e Carvalho (2010) [19]. Os passos incluem: (1) elaboração da pergunta norteadora; (2) busca ou amostragem na literatura; (3) coleta de dados; (4) análise crítica dos estudos incluídos; (5) discussão dos resultados; e (6) apresentação da revisão integrativa.
Segue também as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) Checklist [20].
As buscas, utilizando os descritores extraídos pela questão de pesquisa, foram realizadas nas seguintes bases de dados: PubMed, Latin American and Caribbean Health (LILACS) e embase (Elsevier). Foram selecionados os descritores cadastrados no DeCS, MeSH e Emtree, bem como as combinações adequadas com sinônimos e operadores booleanos, a fim de formar as seguintes estratégias:
Devido às características específicas de acesso às bases de dados selecionadas, as estratégias de busca foram ajustadas individualmente.
A seleção dos estudos obedeceu aos seguintes critérios de inclusão: estudos com medida avaliativa do desenvolvimento motor infantil em CEIS publicados em português, inglês ou espanhol, sem demarcador temporal. Além disso, foram adotados os seguintes critérios de exclusão: estudos indisponíveis por completo, ou que abordassem patologias associadas à amostra, como paralisia cerebral, síndromes, desordem mental ou condições similares.
Após a busca, os estudos foram selecionados por dois fisioterapeutas, nas seguintes fases: 1 – Descarte de artigos duplicados, 2 – Leitura de títulos e resumos, 3 – Leitura do texto completo, 4 – Extração dos instrumentos utilizados nos estudos. Os processos de busca e elegibilidade ocorreram de fevereiro a junho de 2023 e foram realizados de forma independente e às cegas pelos dois revisores. Divergências foram discutidas e resolvidas por um terceiro revisor.
O processo de análise e vinculação de conceitos foi conduzido conforme o protocolo estabelecido [21]. Inicialmente, todos os instrumentos selecionados passaram por um processo de extração de conceitos, no qual cada item de cada instrumento gerou um conceito significativo, resumindo a ideia principal de cada item apresentado. Este procedimento permitiu uma sistematização dos conceitos derivados dos instrumentos, facilitando a análise subsequente.
Na etapa seguinte, os conceitos significativos foram analisados e relacionados aos componentes da CIF, com base em suas respectivas definições. É importante destacar que mais de um domínio da CIF poderia ser vinculado a um único componente. Quando um conceito significativo não era encontrado, ele era classificado como não coberto (NC) e para aqueles conceitos que não tinham uma definição explícita e padronizada, ele era classificado como não definido (ND).
O índice de concordância foi calculado sobre as atribuições feitas por ambos os avaliadores, com o objetivo de analisar a consistência na vinculação dos itens às categorias da CIF. O valor obtido do índice de concordância foi de 98%, indicando um alto nível de concordância entre os avaliadores [22].
Após o processo de vinculação dos itens dos instrumentos de avaliação do desenvolvimento motor aos componentes da CIF, foi realizado uma análise do objetivo e da sessão de discussão dos artigos, a fim de identificar o modelo de saúde adotado pelos autores.
Nesse processo, os artigos foram classificados conforme os seguintes critérios: aqueles que apresentassem uma visão reducionista do desenvolvimento infantil, ou seja, que o consideravam resultado de um único fator, geralmente de natureza biológica, foram classificados dentro do modelo de saúde biomédico. Já os artigos que consideravam exclusivamente fatores ambientais, como o contexto social e físico que influência a saúde, foram relacionados ao modelo de saúde social. Por fim, os artigos que abordavam uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais, ou seja, que reconheciam a interação entre esses diferentes aspectos na saúde do indivíduo, foram associados ao modelo de saúde biopsicossocial [23,24]. A associação de itens aos componentes da CIF foi realizada de maneira a refletir como esses diferentes modelos de saúde influenciam a avaliação do desenvolvimento motor e a compreensão das limitações e possibilidades de participação das crianças em seu ambiente social e educacional.
A análise dos dados foi realizada utilizando estatísticas descritivas, com a apresentação da frequência absoluta (n) e frequência relativa (%) dos componentes da CIF encontrados nos instrumentos de avaliação selecionados, sendo esses dados apresentados na tabela 1.
A revisão foi registrada no Open Science Framework (OSF), uma plataforma de acesso aberto para o compartilhamento de dados de pesquisa. O registro está disponível no seguinte DOI: https://doi.org/10.17605/OSF.IO/SFDJ8 [25]. O protocolo registrado contém detalhes sobre os objetivos, critérios de inclusão e exclusão, estratégias de busca, e métodos de análise, garantindo a transparência e rastreabilidade de todo o processo metodológico adotado nesta revisão.
Foram encontrados 85 artigos nas bases de dados PubMed 23, Lilacs 14, e embase 48. Foram removidos por duplicidade 18 artigos, restando 67 para leitura de título e resumo. Destes, 40 foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de inclusão, restando 27 para leitura de texto completo, destes, 3 não apresentavam texto completo, 2 tinham um público diferente do que o estudo se propunha a analisar e 11 estava em um idioma diferente. Resultando em apenas 11 estudos incluídos na revisão (Figura 1).

Fonte: Elaborado pelo autor. Adaptado de Page et al., 2021.
Figura 1 - Fluxograma de identificação e seleção de estudos para a revisão integrativa
O ano de publicação dos artigos, a forma de avaliação do desenvolvimento motor, os componentes da CIF e o modelo de saúde adotado pelos autores foram apresentados no quadro 1, contendo informações sobre a evolução temporal que iniciou em 2004 e finalizou em 2021.
Quadro 1 – Instrumentos de avaliação do desenvolvimento motor infantil em CEIS: forma de uso, relação com os componentes da CIF e o modelo de saúde
|
AUTOR |
AVALIAÇÃO |
COMPONENTES CIF |
MODELO |
|
Söderström et al., 2004 [26] |
Foi utilizado um questionário, onde abordava: Número de crianças, perfil educacional, tempo estimado ao ar livre em diferentes condições climáticas e estações e propriedades físicas do ambiente externo. |
Atividade e participação; Fatores ambientais. |
BPS |
|
Baltieri et al., 2010 [27] |
Aplicação do instrumento BAYLEY-III. |
Função do corpo. |
BMD |
|
Saccani et al., 2010 [28] |
Aplicação do instrumento AIMS. |
Função do corpo; Atividade e participação; e Fatores Ambientais. |
BPS |
|
Valentini et al., 2011 [29] |
Foi utilizado um questionário desenvolvido pelos autores, onde são coletados dados acerca: Características socioeconômicas da família, ambiente familiar e estimulação disponível e condições culturais e ambientais relacionadas à criança. E o instrumento AIMS. |
Função do corpo; Atividade e participação; e Fatores Ambientais. |
BPS |
|
Costa et al., 2011 [30] |
Aplicação do instrumento AIMS. |
Função do corpo; Atividade e participação. |
BMD |
|
Costa; Gomes., 2011 [31] |
Aplicação do instrumento DENVER-II. |
Função do corpo; Atividade e participação. |
BPS |
|
Veldman et al., 2015 [32] |
Aplicação do instrumento TGMD-2. |
Atividade e participação. |
BPS |
|
Adamo et al., 2016 [33] |
Aplicação do instrumento TGMD-2. |
Atividade e participação. |
BPS |
|
Machado et al., 2017 [34] |
Utilizou um questionário para características individuais e de controle de fatores de risco biológico. E aplicação dos instrumentos AIMS e BAYLEY-III. |
Função do corpo; Atividade e participação; Fatores pessoais. |
BPS |
|
Valentini et al., 2020 [35] |
Utilizou um questionário em relação a dados demográficos da família e dos participantes e mudanças no ambiente. E aplicação dos instrumentos AIMS e AHEMDS. |
Função do corpo; Atividade e participação; Fatores Ambientais e pessoais. |
BPS |
|
Lovison et al., 2021 [36] |
Aplicação dos instrumentos AIMS e AHEMD. |
Função do corpo; Atividade e participação; Fatores Ambientais e pessoais. |
BPS |
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados na pesquisa.
Legenda: BPS: Modelo biopsicossocial; BMD: Modelo biomédico; AIMS: Escala Alberta de Desenvolvimento Infantil; BAYLEY-III: Bayley Scale of Infant and Toddler Development; TGMD-2: Test of Gross Motor Development; AHEMD: Affordances in the home environment for motor development; DENVER-II: Denver Developmental Screening Tests.
O processo de extração de conceitos dos cinco instrumentos traduzidos e validados para a população brasileira gerou um total de 376 conceitos significativos, distribuídos nos seguintes componentes: Funções do Corpo, Atividades e Participação, Fatores Ambientais e Pessoais (Tabela 1).
Tabela 1 – Frequência absoluta e relativa n (%) dos componentes da CIF extraídos dos instrumentos de avaliação do desenvolvimento motor infantil utilizados nos CEI
|
Instrumento |
Função do Corpo |
Estrutura do Corpo |
Atividade e Participação |
Fatores Ambientais e pessoais |
Não |
Total |
|
BAYLEY-III |
45 (33,1%) |
0 |
86 (63,3%) |
0 |
5 (3,6%) |
136 (100%) |
|
AIMS |
17 (27,9%) |
0 |
44 (72,1%) |
0 |
0 |
61 (100%) |
|
TGMD- 2 |
0 |
0 |
13 (100%) |
0 |
0 |
12 (100%) |
|
AHEMD |
2 (4,88%) |
0 |
9 (21,95%) |
30 (73,17%) |
0 |
41(100%) |
|
DENVER-II |
43 (33%) |
0 |
88 (67%) |
0 |
0 |
131(100%) |
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados coletados na pesquisa.
Legenda: Alguns conceitos contidos nos instrumentos se encaixam em mais de um componente, aumentando assim o número total de itens nos instrumentos para os parâmetros de frequência. Número real de itens: AIMS: 58 itens; DENVER-II: 125 itens.
A evolução temporal dos modelos de saúde em artigos de avaliação do desenvolvimento motor de crianças em CEIs, iniciou em 2004 e terminou em 2021.
Em 81,82% dos artigos encontrados, a análise interpretativa dos resultados na discussão apresentou predominância do modelo biopsicossocial. Evidenciando a consolidação dessa abordagem na avaliação do desenvolvimento motor de crianças em CEIS, como visto em estudos anteriores [26,37,38]. Entretanto, é importante observar que desde o primeiro estudo incluído (2004), o modelo BPS já era predominante. Assim, a evolução temporal do modelo de saúde não indica uma transição entre modelos, mas sim um reforço da perspectiva biopsicossocial ao longo do tempo.
Observa-se a presença do modelo biomédico, na análise interpretativa dos estudos de Baltieri et al, que empregou o BAYLEY-III e preferenciou aspectos das funções do corpo, desconsiderando os fatores contextuais [27]. Costa et al, que realiza uma discussão centrada na identificação e avaliação de marcos do desenvolvimento motor, sem uma consideração abrangente de outros fatores [30].
Entretanto, a partir de 2011, observa-se um aumento no uso do modelo BPS, como explicitado nos estudos de Costa e Gomes, e Veldman et al., que acrescentaram os componentes de atividade e participação e fatores ambientais em perspectiva na análise de seus resultados [31,32]. Os estudos mais recentes como os de Valentini et al. e Lovison, além de utilizar instrumentos diversificados (AIMS, AHEMD e questionários), integram os fatores ambientais e pessoais ao avaliar o desenvolvimento motor infantil [35,36].
Em contrapartida, o modelo biopsicossocial oferece uma abordagem mais abrangente, integrando aspectos biológicos, psicológicos e sociais, refinando a percepção das necessidades das crianças e assegurando intervenções sensíveis ao contexto, sobretudo dos CEI [6].
Para verificar como os instrumentos de avaliação do desenvolvimento motor poderiam abordar o modelo BPS, essa revisão identificou a predominância dos componentes atividade e participação nos conceitos significativos dos instrumentos de avaliação do desenvolvimento motor em crianças de CEIS, seguidos pelo componente funções do corpo e, em menor proporção fatores ambientais e pessoais. Nenhum dos instrumentos analisados abordou todos os componentes da CIF de maneira abrangente.
Os instrumentos analisados apresentam diferentes formas de aplicabilidade ao contexto dos CEIS. O TGMD-2 e o Denver-II são amplamente utilizados em estudos realizados em ambientes escolares, incluindo creches e pré-escolas, demonstrando boa adequação para a avaliação do desenvolvimento motor em contextos coletivos [39-41]. O Bayley-III, originalmente concebido para uso clínico, também tem sido aplicado em CEIS com adaptações metodológicas [42]. O AIMS, voltado à avaliação de bebês, pode ser utilizado em creches que atendem crianças de até 18 meses, desde que se respeitem suas especificidades [43]. Por fim, o AHEMD, por avaliar as oportunidades no ambiente domiciliar, não se propõe diretamente ao ambiente dos CEIS, mas foi incluído na análise por seu potencial complementar na compreensão dos fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento motor infantil [44].
Apesar das mudanças nos paradigmas de saúde nas avaliações do desenvolvimento infantil, evidenciadas ao longo das últimas décadas, ainda se faz necessária a utilização da combinação de instrumentos para abordagem do modelo BPS, um ponto negativo para isso seria o tempo de aplicação da intervenção [1]. Dos 5 instrumentos analisados em 11 artigos incluídos no estudo, foi possível observar que, embora a maioria dos instrumentos abordassem diversos componentes da CIF, apenas o AHEMD, incorporava fatores ambientais. Ademais, a carência de um único instrumento que viabilize uma abordagem completa e concisa continua sendo uma limitação importante nas avaliações do desenvolvimento infantil.
A CIF, amparada pelo modelo BPS, publicada pela Organização Mundial da Saúde é uma ferramenta amplamente utilizada para avaliar indivíduos em diversas condições de saúde considerando diversos aspectos. Assim, preconiza que o cuidado deve ir além do indivíduo, considerar sua família. Enfatizando a importância da participação dos pais e cuidadores no processo de desenvolvimento. Atrelado ao modelo de saúde a CIF propõe que partindo dessa avaliação mais abrangente a intervenção seja mais eficaz já que será adaptada ao contexto da criança [45,46]. Os instrumentos discutidos variam quanto à inclusão da perspectiva da família e dos educadores. O Denver II e o Bayley III admitem a importância das contribuições da família, com o primeiro integrando diretamente os pais nas avaliações e o segundo usando suas observações para complementar os resultados. Já a AIMS e o AHEMDS priorizam observações diretas, com pouca ou nenhuma participação de familiares. O TGMD-2 pode incluir contribuições de educadores, mas também prioriza a observação direta [47-52].
Observando os instrumentos de avaliação vinculados à CIF, percebe-se uma cobertura desigual, com alguns componentes pouco representados. Pesquisadores observam que, embora muitos instrumentos abordem funções corporais e atividades, há frequentemente uma lacuna na representação dos fatores contextuais. Alertam que a ausência dos fatores contextuais prejudica a compreensão dos dados da avaliação, impactando negativamente a eficácia das intervenções consequentemente a funcionalidade [16,52].
Ainda que os instrumentos sejam amplamente utilizados, cada um apresenta pontos fortes e fracos que podem influenciar diretamente os resultados das avaliações. Bayley é reconhecido por sua validade e confiabilidade na medição das funções corporais e habilidades motoras, mas falha em integrar fatores contextuais. Similarmente, a AIMS, o TGMD-2 e o Denver II não contemplam fatores ambientais e pessoais, o que pode gerar uma interpretação incompleta do desenvolvimento motor em contextos como os CEI. O AHEMD distingue-se como o único instrumento entre os avaliados que incorpora fatores ambientais [28,47,48,51].
Essa revisão evidência lacunas importantes para a avaliação do desenvolvimento motor de crianças em CEIS. Ferguson e Mackenzie sugerem a integração de uma abordagem mais abrangente, que considere todos os componentes da CIF. Além disso, estudos indicam que uma abordagem integrada pode revelar desigualdades e barreiras que afetam o desenvolvimento motor das crianças [2,8]. Para uma compreensão mais abrangente da abordagem da CIF ao longo da evolução temporal, seria necessário avaliar se os instrumentos utilizados nos diferentes períodos também refletiram mudanças na perspectiva adotada.
Para superar essas lacunas, é crucial desenvolver e adaptar instrumentos que considerem tanto as dimensões funcionais quanto os fatores contextuais. Uma possível solução seria a incorporação de abordagens mistas que combinem avaliação quantitativa e qualitativa, permitindo uma captura mais precisa das influências ambientais e pessoais no desenvolvimento motor [52]. Além disso, a utilização de tecnologias emergentes, como aplicativos móveis baseados na CIF, tem mostrado potencial para melhorar a coleta de dados e a personalização das intervenções, tornando as avaliações mais dinâmicas e centradas na criança [55].
Futuras pesquisas devem se concentrar na validação de instrumentos adaptados à CIF, assim como no desenvolvimento de protocolos que integrem seus componentes de forma mais eficiente nas avaliações motoras em ambientes de creche. Propõe-se, para um estudo futuro, o desenvolvimento de um processo de saúde voltado à promoção do desenvolvimento motor infantil, baseado no conceito de funcionalidade da CIF e nos instrumentos de avaliação do desenvolvimento motor já validados e confiáveis.
A revisão integrativa revela que a avaliação do desenvolvimento motor em crianças nos CEI predomina com uma perspectiva do modelo biopsicossocial. Em contraponto, a análise demonstra que os instrumentos existentes ainda focam em funções corporais e atividades, com pouca atenção a fatores contextuais.
Apesar dos avanços oferecidos pelo modelo biopsicossocial desafios permanecem na prática, especialmente na integração dos componentes da CIF. As lacunas indicam a necessidade de desenvolver ferramentas mais abrangentes para uma avaliação ampla, ou junção dos instrumentos já existentes e a análise ser atrelada primordialmente ao modelo biopsicossocial, o que pode melhorar as intervenções e avaliação do desenvolvimento motor das crianças. A validação e adaptação dos instrumentos à CIF devem ser priorizadas para promover avaliações mais completas e eficazes no contexto dos CEIs.
Agradecimentos
Agradecemos a Shamyr Sulyvan de Castro pela contribuição da pesquisa.
Conflitos de interesse
Os autores declaram não haver conflitos de interesse de qualquer natureza.
Fontes de financiamento
Não houve financiamento.
Contribuição dos autores
Concepção e desenho da pesquisa: EWERTON, Cardoso KVV; Coleta de dados: EWERTON, Farias-Fonteles BHL; Análise e interpretação dos dados: EWERTON, Cardoso KVV; Análise estatística: EWERTON; Redação do manuscrito: EWERTON, Cardoso KVV; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual relevante: EWERTON, Cardoso KVV, Gama MCF.
Referências
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